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Na manhã de sábado na Casa da Cultura de Paraty, uma conversa com Julio Villanueva Chang, jornalista peruano e criador da revista Etiqueta Negra (www.etiquetanegra.com.pe). A conversa gira ao redor de um estilo de jornalismo que se aproxima de um “jornalismo literário” ou, de outro modo, do gênero chamado como “new journalism”.
Julio Villanueva afirma “…grande parte do trabalho do cronista está em esperar que algo aconteça, mas como entender a palavra esperar?”
A revista esperou meses para conseguir uma entrevista com Messi de apenas 15 minutos. Passou 2 meses ligando diariamente para a mãe do jogador, até o telefone ser atendido pela irmã do jogador. Na perseverança consiste “esperar”. Mas, a espera é ativa. Todo esse entorno e tempo de escuta compõe a narrativa desse jornalismo.
Construir conteúdos informativos mais profundos e complexos. A verdade não está apenas nos fatos, está também na forma como se constrói a narrativa.

Pela Flip espalha-se a discussão sobre o livro e o futuro do livro. Tradicionalmente identificado como um objeto de papel que pode ser folheado para se ter acesso a uma determinada narrativa ali impressa, a apresentação física do livro vem sofrendo múltiplas alterções nos últimos anos, principalmente pelo surgimento dos e-readers. Os e-readers são máquina de ler. Aparatos eletrônicos como o kindle (da Amazon) e o iPad (da Apple), que permitem que os usuários acessem arquivos eletrônicos com textos e imagens, que emulam a experiência de leitura do tradicional livro de papel.
Recentemente estabeleceu-se um debate sobre o assunto, colocando em oposição defensores dessas novas tecnologias e opositores ao seu uso. O debate é amplo e envolve aspectos do mercado editorial, da propriedade intelectual, além da própria experiência de fruição do ato de ler, que resulta definitivamente transformada nesse novo contexto.
Na Flip essa conversa envolveu convidados de peso. Peter Burke, historiador cultural; Robert Darnton, também historiador e atual diretor das bibliotecas de Harvard; John Makinson.
Nas conversas a agrável surpresa que nos revela estudiosos nada preocupados com o futuro do livro. Na verdade, bem tranquilos na defesa da multiplicidade de experiências que o livro, em seus mais diferentes formatos possíveis, nos pode propriciar no momento contemporâneo.

Pela Flip Emerson dos Santos (19a), estudante, condutor de passeio de charrete em Paraty.

JA: O que muda no seu trabalho com a Flip?
Com a Flip o número de clientes aumenta, porque o pessoal de Paraty não passeia de charrete. Todos já conhecem as histórias da cidade que nós apresentamos durante o passeio.

JA: Das histórias que você conta durante os passeios, qual você mais gosta?
Gosto de explicar que as telhas das casas são todas diferentes, porque eram feitas nas coxas das pernas dos escravos e de outros trabalhadores. Gosto também de falar que na beira das casas, os maia ricos colocavam telhas fazendo a “eira” e a “beira”. Quem não tem eira nem beira não tem nada.

JA: Uma dica para quem vem a Flip?
Ir à praia da trindade. Imperdível.

Pela Flip, João Henrique (7a), estudante da Escola Municipal Parque da Mangueira.

JA: Você não tem medo da ogra horrível?
Lanchar no colo da ogra horrível é legal. Acabei de chegar e estou com fome. Depois que eu lanchar vou na tenda da biblioteca ver os livros e ouvir histórias.

Odirleide Souza, o “Japa” (32a), Auxiliar Técnico de Som. Odirlei fa o som das conversas e dramatizações na biblioteca infantil da Praça da Matriz. Lê nas horas vagas. O que mais gosta de ler é tudo oque envolve os esportes.

JA: Dica para quem está vindo a Paraty?
Trabalho muito na Flip e ainda não tive tempo de curtir o evento. Mas sei que há muita coisa para fazer.

Pela Flipinha o coral infantil formado pelas crianças das escolas de Paraty. No repertório música pop e rock’n roll. Beatles, Rolling Stones e Pink Floyd, muito barulho e guitarras distorcidas. A platéia, formada por colegas, educadores e pais, aplaude emocionada.

Pela Flip, Isabel Allende, escritora chilena sobrinha do ex-presidente Salvador Allende, criadora do grande sucesso “A Casa dos Espíritos”. Na tenda dos autores, Isabel conversou com o jornalista Humberto Werneck sobre sua vida e seus livros.

Isabel Allende em foto retirada da página sobre a escritora na Wikipedia

Dentre as inúmeras falas inspiradoras da escritora, a sua necessidade de solidão para escrever: “…tenho de estar só diante do computador, o tempo suficiente e suficientemente só para que os personagens cheguem até mim”. “…é difícil, pois a voz crítica em minha cabeça é cada vez mais dura”, “quero o leitor comigo do começo ao fim. Trabalho para isso. Estamos competindo com outros meios e mensagens e precisamos trabalhar para o leitor ficar conosco. Escrevo para os leitores.”

Conversa inspiradora e livre. Viva Isabel Allende.

Pela Flip a pequena estátua humana. Os colegas ao redor depositam tampinhas no pote aos seus pés. Ao lado, um exemplar de Casa Grande & Senzala. Engraçado isso.

O pequeno arista super concentrado se exibe em suaves movimentos disparados pelo plim-plim no pote aos seus pés.

Como não era uma estátua falante, não pude entrevistá-lo.

Uma das invenções mais saborosas da Festa Literária de Paraty é a árvore de livros. Sob a sombra deliciosa dessas árvores centenárias, momentos de paz e de tranquilidade garantem boa leitura para todas as idades.

Pela Flip, Daniel Ferenczi, Coordenador da FlipZona. Daniel é um educador que trabalha com adolescentes e jovens de Paraty.

JA: Uma dica para quem vem a Paraty essa semana:
Show do Luis Perequê, músico caiçara que canta a vida e os costemes de Paraty. Neste sábado, 7 de agosto às 19h00 na tenda da Flipinha, Praça da Matriz.